terça-feira, 1 de junho de 2010

Confusão entendida



Não só ando escrevendo menos, mas também me confundindo entre minhas próprias palavras. Uma confusão sem entendimento algum. Claro... Se não fosse assim, não se chamaria confusão, eu ri. Em todos esses dias que minhas palavras não passaram apenas de meros rascunhos havia muito confusão, ao meu redor... Muita confusão em mim mesma. Minha própria confusão que ás vezes acho que não deveria ser considerada dessa maneira porque talvez não existisse confusão alguma, apenas criações alheias de que tudo estava confuso, mas, na verdade, não estava. Havia sentido e eu não enxergava. E qual era a opção mais fácil: enxergar o que estava quase invisível ou tirar suas próprias deduções sobre certos assuntos ou acontecimentos? Tirar suas próprias deduções, para mim, é a de mais facilidade e sinto-me um pouco sem jeito agora por ter admitido a mim mesma que segui esse caminho, de tranquilo acesso e de só agora estar voltando a tudo novamente e deixando de deduzir para pensar mais, e acertar mais e chegar a conclusões concretas, e enxergar o total sentido de tudo. Todos os acontecimentos. Todas as atitudes. Todos os jeitos, os gostos.
E agora, quando a fixa cai, meus pensamentos antigos não passam de meras palavras sem prestação. Não tenho vontade de postar estes rascunhos, e a maioria deles serão sempre rascunhos. Só fico em dúvida se realmente estou sem vontade de postá-los ou estou com medo de fazer uma descoberta: não sou mais poeta. E não saberei mais fingir. E quando digo fingir, não leve para o sentido "Olha, ela tem duas caras.", leve para o lado de inventar. Inventar não é mentir, apenas saber inventar e criar histórias e momentos usando a minha criatividade. Puro medo de perceber que minha criatividade não está mais comigo. Ou escrever a minha criação e depois vierem pergunta do tipo "Por que você escreveu aquilo?", "Está acontecendo alguma coisa?". Uma dica: você  só saberá que eu não estarei inventando minhas palavras quando no final da postagem, estiver um marcador chamado Lary's things. Quando enxergar esse marcador, saberá que automaticamente estarei falando sobre mim. E enquanto nos outros marcadores, eu poderei estar falando de mim ou não. Haverá sempre essa dúvida. Afinal, eu tenho essa opção.

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

Fernando Pessoa

2 comentários:

Beatriz Oliveira disse...

Incrível como da mesma maneira que você viu algo de você no meu texto, eu vi algo de mim no seu. Meu dashboard também tá cheio de rascunhos não terminados e intermináveis. E cada dia que passa eu escrevo menos e posto menos. A questão não é nem não ter o que escrever e sim não conseguir organizar os pensamentos fazendo deles uma coisa só.
Anyway, também te dei um "follow". Acho que o primeiro que eu dou em alguém em pelo menos uns cinco meses, mas isso não vem ao caso.

Andorinha disse...

Engraçado o jeito que me identifiquei com as suas palavras e você nas minhas.
Isso. Exatamente isso, uma questão de organizar as ideias, fazendo que todas tenham sentido explícito para aqueles que lerão nossas postagens.
Alguns rascunhos já deixaram de ser rascunhos e aos poucos eu vou me encontrando. Bem, espero que o mesmo esteja acontecendo contigo. Um dia, todos nós nos encontramos. Não devemos dar muita atenção aos momentos de confusão que deixam nossos pensamentos atordoados. Tudo passa. São fases. Enfim, obrigada Beatriz por estar seguindo meu blog. Espero que goste de minhas outras palavras, de meus outros posts.