segunda-feira, 5 de julho de 2010

Falta-me coragem

"Não sei como isso começou, mas sei no que se tornou." É assim que tenho vontade de começar a falar. De me declarar.
Passei semanas e mais semanas, meses talvez criando diálogos em minha mente. Diálogos que nunca existiram realmente, mas que estavam para serem colocados em prática. E fiquei pensando qual seria a hora certa que eles caminhariam para a realidade, deixando de serem meras criações inconcretas.
A hora chegou. Sinto isso. Ela chegou. E todos os dias acordo sorrindo por perceber esse fato em tudo que está ao meu lado. Por sentir a sua vibração ao meu redor, talvez até o seu cheiro no ar.
Tenho sonhado com esse acontecimento todas as noites. Ele soa como um lembrete do que deve ser feito, mesmo sabendo que não preciso de avisos, minha mente continua batendo na mesma tecla. Não me deixa esquecer nem quando estou dormindo. Assim, enxergo o quanto necessito de que meus pensamentos tornem-se reais. Enxergo que eles precisam respirar o mesmo ar que eu respiro, viver no mesmo mundo que vivo e deixarem de ser algo somente inventado, mas concreto e tocável.
Hoje eu tentei colocá-los em prática. Tentei três vezes. Juro que tentei. O começo saiu como eu esperava, tudo certo. As borboletas começaram a dançar em meu estômago, como o esperado. Minha voz falhou. Meus pensamentos imediatamente se desorganizaram, me fazendo esquecer do que estava planejado, das palavras planejadas. E nesse momento, fiquei com medo de que tudo desse errado. De que tudo fosse por água abaixo. Logo depois vieram mais temores sobre o que aconteceria no futuro, minutos depois de eu ter dito tudo que vem ocorrendo dentro de meu coração.
Hm, eu queria dizer... Er... Se você... Hm... Esquece.
Essa foi a minha última tentativa nesse dia. Ao dizer isso, dei as costas para a cena que havia se formado e comecei a caminhar com as mãos na cabeça, quase me condenando mentalmente por eu ser fraca a ponto de não resistir aquele momento que eu tanto esperava mas que agora parecia extremamente difícil de colocá-lo em prática.
Continuei andando, virei o corredor imaginando com que expressão ele estava naquele instante. Não quis olhar e conferir nem que fosse rápido ou por cima do ombro.
Volte, Laryssa. Esse é o seu momento. Volte.
E uma voz dentro de mim dizia: Não sei se posso ou se consigo sem poder. Não sei.
Meus pés queriam continuar andando. Meu coração queria que eu voltasse e disesse tudo que sentia sem hesitar. Minha mente não sabia decerto que pensamento ter, ou no que agiria.
Continuei a andar.
Ele logo me alcançou, percebi que queria dizer algo. Se pedisse para eu continuar com o que estava pensando em dizer, eu falaria. Sem pensar duas vezes. Afinal, chega de pensar duas vezes. Mas antes de qualquer palavra sair de sua boca, fomos interrompidos por uma surpresa nada a ver com o assunto que, agora, parecia ter morrido alí. Espero que seja uma morte temporária que dure só hoje. Espero que seja assim.
Dizer um Eu te amo quando realmente se ama, quando você está expressando todo o sentimento que há dentro de você com essas três palavras é mais difícil do que eu pensava. E falta-me coragem para agir. Falta-me coragem. Mas sei que ela virá. Sei que aparecerá no momento em que eu estarei preparada para recebê-la sem medo. No momento para encarar minhas futuras atitudes sem temores.
Ela aparecerá. E eu direi sem ligar para o segundo depois, aproveitando o meu pequeno momento de pura coragem. Direi sem pensar mais de uma vez, sem pensar se há coragem suficiente para fazer o que tem de ser feito.

Um comentário:

Anônimo disse...

adorei vc é d+