domingo, 8 de agosto de 2010

Suas mãos estavam acariciando meus cabelos com delicadeza. Seu rosto não deixava um agradável sorriso. Agradável por ser sincero. Por não ter sido notado pela própria pessoa que estava sorrindo, por simplesmente estar alí.
Voltei meus olhos para as lindas estrelas daquela noite. Belas em todas as noites que apareciam. Sempre estavam alí, me fitando, se divertindo por terem uma beleza natural que alguém jamais será capaz de atingir.
Percebi que eu também estava sorrindo. Sorrindo para essa pequena ironia. Sorrindo por aquele simples sorriso, que apareceu sem querer no rosto da pessoa que estava ao meu lado.
Eu gostava disso, no fundo. A saudade vinha quando não vivia momentos parecidos a esse durante um tempo.
Palavras saíram de minha boca, sem que eu pensasse antes no que dizer:
- Senti tanta falta desse momento. Pensei que nunca mais fosse vivê-lo com você novamente.
- Não pense bobagens, querida. Você sabe que sempre estarei voltando para você. Sempre estarei tentando te reencontrar e viver, somente ao seu lado, exatamente o que estamos vivendo agora por muitas e muitas vezes.
- Eu não sabia. Pensei que nunca mais voltaria. Pensei que nunca mais te veria novamente.
- Então nunca soube o quanto estar aqui com você me faz bem. O quanto eu gosto disso. Como poderia abrir mão de um sentimento tão puro e único como esse que só você pode me proporcionar? Você me verá infinitas vezes, basta querer. Me encontrará em um lugar dentro de você quando eu não estiver por aqui. Eu vivo em você.
- Em algum lugar, você sempre está aqui. Comigo. Sempre fez parte de mim. Mas mesmo assim, essa sensação não chega aos pés de como me sinto quando estou ao seu lado, fazendo exatamente o que estamos fazendo agora: olhando para nossas divas, as estrelas.
Uns segundos sem uma única palavra. O único barulho que havia naquele lugar, era o de nossas respirações e de um suspiro breve.
- Olhe. Aquela estrela é a minha preferida. Não brilha tanto. Não é tão grande. Não chama muito atenção das pessoas, aposto. Mas é a minha preferida. Gosto de sua luz. Gosto do jeito em que está entre as outras. Tão delicada. Tão linda. Lembro de você quando a vejo. Se eu pudesse te dar uma estrela, te daria aquela.
Fiquei olhando encantada. Em nenhuma vez eu havia reparado aquela estrela. Mas agora, na primeira vez que a olhei, senti o seu brilho como se estivesse dentro de mim. Algo diferente, algo que sempre esteve dentro de mim mas que, a não ser agora, eu nunca soube. Seu brilho aflorou um lado extinto em mim. Um lado que nem mesma eu sabia que existia. Uma estrelinha. Bem pequena. Bem singela; tão linda. Tão destoante das outras. Distante daquele mundo de estrelas em que os outros julgariam mais bonitas que ela, poucos iriam notá-la com facilidade. Talvez se prestassem atenção. Talvez se forem pessoas observadoras, ou acostumadas a procurar aquilo que julgam ser diferente dos outros, todos iguais.
Poucos teriam a oportunidade de vê-la, de sentí-la. Mas aqueles que realmente olharem para ela, iriam só ter olhos para ela. Iriam decorar seus traços com total perfeição em sua mente para que pudessem procurá-la no céu em todas as vezes que pensassem em olhar as estrelhas, ou melhor, a estrela.

3 comentários:

Maria Midlej disse...

Me lembrou um filme, porque eu sou meio doida mesmo rs

Ah, ficou bonito...

Maria Midlej disse...

oh, o filme.. Stardust

Andorinha disse...

Stardust? Ah, nunca vi esse filme '-'
Engraçado como minha postagem tomou um rumo totalmente diferente do que eu havia pensado em escrever quando cliquei em "Criar postagem".