terça-feira, 30 de novembro de 2010

A saudade é algo que se tornou extremamente presente em minha vida nesses últimos meses. Ela está forte e abrange diversos campos. No começo, a confundi com necessidade de colocar certos atos em prática novamente... Mas, como eu disse, foi uma mera confusão. Não era necessidade, era saudade. Somente.
Sinto saudade de escrever sem precisar pensar muito e ver que, no final, o meu texto fazia sentido, ao menos para mim. Sinto saudade de conversar com algumas pessoas, de sentir certos sentimentos sem temer, de receber certos olhares ou sorrisos. Sinto saudade de sorrir com naturalidade e ter aquele riso difícil de conter de vez em quando. Sinto saudade de sentir um abraço, de me sentir totalmente querida por alguém. Sinto saudade de falar com as pessoas que passam na rua, cumprimentando-as sem que me sinta envergonhada ou sem que minha voz soe estranha. Sinto saudade de ser alegre, de ser aquela adolescente que tinha um espírito bem jovem, ao contrário do que pareço ter agora. Sinto saudade de ouvir a voz de certos amigos e saber que eles se preocupam comigo e me querem por perto. Sinto falta da minha força, da minha esperança e determinação. Sinto saudade de me inspirar com pouco, com o simples e escrever sobre isso sem hesitar, como se cada palavra estivesse pronta na minha mente, apenas esperando a sua vez para que fosse digitada ou escrita.
Contudo, percebi que perdi minha espontaniedade. Perdi uma parte de minha alegria e felicidade. Perdi uma parte de meu coração, uma parte do meu jeito e passei a ter que me esforçar bastante para tentar voltar a ser quem eu era antes. Mesmo assim, não está dando certo. Essas saudades continuaram existindo, na maioria delas, continuaram vivas dentro de mim mesmo que eu não consiga realizá-las seja por algum impedimento em meu caminho, uma impossibilidade ou até mesmo pelo simples fato dela, na realidade, ter se tornado algo estranho para mim. Algo que não costumo mais fazer. Algo que não me pertence mais.
Sei que mudanças ocorrem sempre em um ser humano mas não consigo me acostumar com elas quando ocorrem tão rapidamente num período curto de tempo. Por outro lado, não tive escolha. É difícil lidar com mudanças radicais. Às vezes penso que o meu eu não está mais aqui. Pode ser uma neurose, pode ser uma realidade mas, seja lá o que for, não há como ignorar o fato de que entre os caminhos da vida, eu fui perdendo pedaços de mim, aos poucos e lentamente. Desde o começo, esses espaços deixados em branco dentro de mim faziam uma diferença, mas era possível não notá-los e continuar vivendo... Entretanto, agora não é mais assim.

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