sábado, 9 de abril de 2011

Escolhas

Eu estava parada, de costas para ele, tantava controlar aquele mundo de diversos sentimentos que pairavam dentro de mim. Ele veio se aproximando, aos poucos, deixando que seus braços me envolvessem naquele abraço que, um dia, eu já amei.
- Ah, você não sabe o quanto eu te amo! Por favor, fique comigo e cuide de mim. Preciso de você ao meu lado, somente você. Preciso do seu abraço, do seu sorriso, da sua presença. E, sim, se tornou uma necessidade. - Ele disse.
Meu coração pareceu que parar de saltitar sob o meu peito por um pequeno instante, o mundo pareceu parar. Eu poderia estar me sentindo feliz por estas palavras terem chegado aos meus ouvidos e estaram sendo dirigidas a mim, mas eu não me sentia feliz, muito menos, confortável.
- Por favor, não diga isso. - Respondi.
- O que eu fiz de errado?
- Você não fez nada de errado. Você, não.
- Então, o que foi?
Precisei pensar para respondê-lo. Um silêncio desconfortável pairou no ar. Ele aguardava a minha resposta com certa curiosidade e medo, enxerguei em seus olhos.
- Você não fez nada de errado. Você só se enganou, achando que eu sou a pessoa certa para você. Desculpe-me, mas eu não sou.
- Por que está dizendo isso?
- Você só pode estar brincando comigo, deve estar achando que isso é algum tipo de jogo ou algo assim. Não lembra o que aconteceu conosco há alguns meses? Não podemos ficar juntos, sabemos disso, mas você insiste que fiquemos. Eu também insistia, porém aceitei a realidade: não podemos, simplesmente. Não quero te abandonar, não estou te deixando mas, também não quero correr o risco de me apaixonar por você novamente. Só quero que saiba: você já foi a minha fonte de felicidade e, um dia, tive um sentimento por você que ia além da amizade, além da paixão.
- Você é a minha fonte de felicidade. - Ele afirmou e me abraçou novamente.
Não tínhamos pressa para que aquele abraço chegasse ao final, gostava do seu calor, gostava da maneira que me aquecia, gostava do seu abraço mas não poderia continuar alí. Não tínhamos escolhas, não poderíamos lutar contra um mundo inteiro. Ele é forte demais, iria nos derrumar sem que talvez não conseguíssemos chegar ao nosso destino, nossa meta. A única coisa que me conforta ao pensar nisso tudo é saber que eu tentei.
Aquelas primeiras palavras que ele me disse poderiam ser bonitas mas, para mim, elas soavam como facadas que despedaçavam meu coração.

Um comentário:

Gustavo Rigon disse...

me identifiquei com ele. não sei o que aconteceu antes, mas me fez lembrar de algumas coisas... sem contar que tu escreves muito bem!