domingo, 27 de novembro de 2011

O encontro, parte dois.

Ele olhava para todos os lados, todos os cantos, corria pelo lugar, os olhos incansavelmente procuravam guardar todas aquelas imagens na mente. Ele estava encantado, curioso e havia se perdido de si com a beleza que nunca havia imaginado encontrar algum dia. Tudo isso lembrou-me ela. O passado repetiu-se em mim mais uma vez, detalhadamente, todas as palavras, todas as expressões, os tons que ela usara ao cantar, a voz angelical, tudo estava em mim e não deixaria que se perdesse nunca. Acordei dos meus sonhos que fizeram fugir completamente da minha realidade ao ouvi-lo dizer, com sua própria voz, que gostava do meu mundo. Sorri de escárnio. Devia estar brincando. Porém, não estava. Era inocente. Não sabia o que ele significava para mim e para o meu mundo. Não sabia que o meu mundo deixou de ser belo como era antes a partir do momento em que ela me deixou. E com o nascimento dele... ficou... horrendo. Mas sobrevivia, fui salvo pelo amor.
Fiquei a me perguntar se aquela criatura havia escutado sobre mim alguma vez, alguma história, alguma memória sendo contada pela sua mãe ou se, simplesmente, esta última havia feito questão de deixar todas essas lembranças longe da pobre criança.
Como pôde fazer isto comigo? Aquele jovem, ah, aquele jovem, se aproveitou da beleza aparente que o pertencia e da sua fraqueza, fingiu te amar e acabou te amando. E eu, sem fingimentos, com toda a sinceridade de minha alma, te amei, te amo e morrerei te amando.
Como eu desejava que esse menino fosse meu, fosse nosso. Poderia até mesmo imaginar os meus traços nele juntando-se com os seus.

Gustave: It soars so beautiful
Phantom: Can it be?
Gustave: Almost too beautiful.
Phantom and Gustave: Do you see what I see?
Gustave: Heavenly.
Phantom: To him it's beautiful
My world is beautiful
Gustave: How can this be what it seems?
(The Beauty Underneath)

Baseado em: Love Never Dies.

Um comentário:

Unknown disse...

Perfeito. Comecei a ler desanimada, sem muito entusiasmo e quando vi, perdi o fôlego e sem recuperá-lo continuei. Engoli todas as palavras sem digerir, lutando para não me engasgar, já engasgada. Perfeito, perfeito, perfeito. Posso dividi-lo em diversas frases interessantes. Sério, preciso lê-lo novamente.