sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Tribulação, retribu(l)ição

Acontece que eu queria cuidar de você. Não que você precisasse. Não que fosse tutela. Mas de coração pra coração. Coração que entende o outro e acolhe, com coração. Com a quentura. Com o aconchego. Com o lar. Sereno e sincero. Te pegar pelas mãos, como no primeiro sonho, em que voávamos no vento sorrindo. E te trazer pra perto do meu. Calor com calor. Peito a peito. Conflito por conflito e soluções. Te encontrar o ainda menino. Sem o medo. Sem a vergonha. E principalmente sem a culpa. Te encontrar comigo. Te sentir contigo. Te descobrir entre tuas próprias descobertas - e as minhas. Dois aventureiros. Dois marinheiros. Desbravando. Não esquecendo que no céu quando não há a luz do Sol, há sempre as estrelas. Os astros. Estrela-guia interior e superior. Dentro e além. Viva.
Deixa eu cuidar de você, menino. Deixa eu ir até aí. Deixa que eu vá, não só você venha. Deixa a gente secar essas águas salgadas juntos, deixar ela se encaminhar pro mar. Retirar as pedras entre o curso de nossas águas. Nem que seja por algumas trombas d'água. Necessárias. Que se retirem, que se desfaçam. Nem que tenham vindo antes de nós. Reacordar a leveza pela força. A força pela leveza. Guiar este barco, este que navega até mesmo quando não sentimos. Que sintamos.
Que sej-amo-s.
Que viv-amo-s.
E isto seria apenas um agradecer. 
Eterno. 

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