segunda-feira, 31 de maio de 2010



Há uns anos, um vídeo cassete era a onda do momento. E todos compravam, e todos o utilizavam e todos mostravam para todos que tinham um vídeo cassete. E se não mostrassem apenas deitavam no sofá ou no quarto, numa tarde fria de domingo, para assistir um filme inédito e bem falado.
Com o tempo, a novidade deixou de ser novidade, a evolução foi entrando em ação cada vez mais rápido e assim, criou-se o dvd. E tudo volta ao começo. Todo entusiasmo por aquilo que é novo e toda aquela alegria por tê-lo.
Sinto-me como aquele pobre vídeo cassete que há algum tempo foi novidade, depois deixou de ser, pois havia uma substituição, algo melhor fora criado: o dvd. E o vídeo cassete ficou esquecido, jogado num canto da estante, cheio de poeira, não estava sendo usado mais. O seu momento havia acabado, passado rápido. Vendo, aos poucos, o blu-ray ocupar o meu lugar de VHS. E observando tudo, sem poder empedir. Observando enquanto fazem os mesmos testes que antes fizeram consigo, agora com o blu-ray. O VHS falhou. Falhou muitas vezes sob esses testes. E não haviam segundas chances.
Não sei dizer se me acostumei com a atenção ou não, mas acho que a falta existe. Sinto-me uma novidade tão antiga que destroi imediatamente a capacidade de alguém relembrar de que um dia, num passado não tão distante, eu cheguei a ser uma novidade. Uma novidade agora esquecida, tão esquecida e jogada de lado que parece que nunca cheguei a ser nova, mas a mesma de sempre. Talvez a mesmo de sempre tenha enjuado e me feito algo esquecido por jamais ter parecido ser nova, muito menos uma novidade.

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