Devolva-me a vida que estava nas suas mãos

Ao te ver entrar naquela sala, percebi o quanto aquele momento era real e as consequências que ele poderia causar. Senti medo, frio e um desespero controlável. Fiquei desconfortável, segurando o meu coração, sentindo seus batimentos cardíacos, tentando me distrair com outros pensamentos que não me levassem a caminho daquele momento.

Senti medo de te perder. Senti o quanto você é importante e o quanto eu quero que você continue vivendo comigo, com todos nós desta casa. Você, que um dia chegou como um inaceltável estranho aos meus olhos, faz parte de nós agora.
Cuide-se e também cuidaremos de você. Não queremos te perder. Essa é a sua saúde.
Saí daquele lugar. Não fico bem ao pensar que a vida de uma pessoa que amo está nas mãos de uma outra pessoa que, antes, não sabia nem sobre a existência do primeiro. Aquele médico, sei que estudou para exercer tal profissão que exije muito cuidado e responsabilidade, mas não confiei nele. Não confio.
E, tudo que eu queria, era ouvir a sua voz o mais rápido possível. Tudo que eu queria era ver você acordado, sem nenhum problema, sem precisar estar deitado naquela mesa com pessoas ao seu redor, dormindo profundamente.
Acorde. Não se esqueça de acordar, por favor. Acorde, deixe-me ver a cor dos seus olhos novamente, brilhando de alegria, depois sorria e venha me abraçar.