quinta-feira, 24 de junho de 2010

Muito tocável

Cheguei onde meu sonho estava. Ele ainda não havia se concretizado, mas estava lá. Ele ainda não era real, mas me olhava e deixava que eu o sentisse, que o olhasse.
Antes de sair do carro, fiquei um tempo sentada no banco, observando. Respirei fundo, levantei e bati a porta. Suspirei. "Vamos lá, Laryssa. Vamos lá.", pensei.
Comecei a caminhar por aquele lugar desconhecido. Sabia aonde teria que chegar e estava indo para lá lentamente com o intuito de aproveitar esse pequeno momento e respirar aquele ar, olhar ao redor e reparar os mínimos detalhes.
Algo me chamou atenção. As bandeiras de todos os Estados aparecendo sobre o vidro. Bonito. Em geral, tudo estava em completa perfeição.
Cheguei a portaria, logo me receberam com um sorriso. Andei até a secretaria, fui um pouco interrogada e sei que corei enquanto respondia.
O tempo passou rápido. Acho que demorei pouco mais de cinco minutos.
A atendente sentiu minha apreenção. Acho que estava visível de mais. Não gosto disso. Me sinto vulnerável e transparente quando percebem meus sentimentos.
Tudo finalizou com agradecimentos. Acho que ouvi me darem "Boa sorte." umas seis vezes. E eu realmente a teria?
Naquele momento, também me desejei boa sorte. Esqueci de todos os temores. Me desejei boa sorte. Preciso muito mais que isso, uma simples sorte, mas se ela estiver comigo, poderá me ajudar bastante.
Era estranho visitar o lugar que eu mais sonhara. Era estranho poder tocá-lo, ou sentí-lo. Era estranho vê-lo de perto enquanto eu o imaginava tão longe. Era estranho e bom ao mesmo tempo, saber que daqui a menos de um ano eu poderei estar ali. Contudo, aceitar toda essa estranheza foi muito melhor do que eu esperava. Até porque se eu passar na avaliação, aquele lugar será a minha segunda casa. Eu precisei aceitar.

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