Com suas próprias calmarias e tempestuosidades, montanhas viram mares, céu vira mar e o mar continua sendo mar. Quando a nós dois? Também viramos mares, oceanos diferentes mas que muito se assemelham. Temos nossas próprias marés que apesar de seguirem diversos caminhos, sempre se encontram no final. Somos mares opostos que, mesmo com toda nossa imensidão, formamos um só mar capaz de viver tranquila ou raivosamente, capaz de destroçar ou (re)construir algo maior do que qualquer cidade, os sentimentos. Podemos ser fortes, bravos, calmos e melancólicos. Cada onda nossa é uma expressão, uma mensagem que pode ser diferente ou não. Se não, apenas reforçamos algo já dito, como assuntos relacionados ao amor que não pode ser expressado somente com uma pequena onda. Contudo, nossas ondas sempre se quebram no final, se acabam. Mesmo assim, construímos outras que podem refazer aquela já acabada de maneira única que ora é melhora, ora piora.
Às vezes, pego um dos mares sonhando em ser uma lagoa calma e sem ondas. Mas só às vezes, pois seu sonho logo é destruído pelo medo de acabar com aquilo que ele realmente é: intenso, mutável e sem capacidade de viver apenas um sentimento, mas vários. Sentiria-se vazio sem toda as mudanças internas e externas que ocorrem através do tempo. E, assim, o sonho se acaba. O mar continua sendo mar, não lagoa, e aceita a sua transformação em oceano sorrindo agradavelmente. Aceita o outro mar, viram oceano e vivem momentos tão maravilhosos e inesquecíveis que quando refletem sobre a vida, esquecem de todos os momentos ruins que passaram juntos e reconstroem todos os sentimentos bons que havia, algum dia, sido destruídos.
E eu sonho em ser esse oceano que, mesmo tendo defeitos, vive inseparavelmente com o seu belo amor.
Um comentário:
Sim, adoro Lulu Santos! Acho que ele canta com muita calma e verdade.
e você?
PS: belo texto. Ora me senti como oceano, ora mar e agora eu. ^^
se é que me entende;
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