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domingo, 13 de maio de 2012

Tesouro de lembranças

Numa tarde em que organizava as bagunças da sua casa, descobriu um tesouro empoeirado e escondido, mas não esquecido. Desempoeirou-o e um belo sorriso nasceu em seu rosto enquanto seus olhos passavam pelos títulos daquelas fitas de vídeo. Seu coração transformou-se numa morada de passarinhos que, naquele instante,  tinham acabado de serem soltos da gaiola. Imagine a alegria, os passos de dança que eles criaram assim que tiveram o vento, a liberdade como par.
Sem colocar nenhuma daquelas fitas no vídeo-cassete, ela conseguia lembrar de tudo que estava gravado ali como se realmente estivesse assistindo-as, pois também estavam gravadas nela. Sentou no sofá, colocou as fitas no vídeo e se preparou para a demora que seria para os passarinhos se aquietarem dentro de seu peito.
Reviu a sua vida, reviveu-a naquelas cenas, naqueles momentos que estariam sempre com ela, no peito, na memória. No fim, chorou e percebeu que o choro era de felicidade - e saudade - por saber que passara por essa vida e tinha experimentado o gosto que este sentimento - tão bom - tem. Seu coração sorriu entre as lágrimas e ela sorriu também. Depois entristeceu um pouco por não ter acreditado em como conseguiu colocar tal lembrança no baú do esquecimento, mas a alegria chegou no seu ouvido e, num sussurro doce, disse:
- Ao menos, você se lembra agora.
E, assim, a tristeza não teve vez, não teve chão e foi-se embora pisar no coração de outro alguém.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Choro da Alma, segunda parte.

Imagine seus maiores ídolos morrendo, um após o outro, e suas esperanças e inspirações falecendo. Imagine. Agora, imagine mais: seus familiares também morreriam por um fato que nunca foi atuado por eles, nunca sequer pensado em ser agido. Você sorriria diante de tudo isso? Sentiria-se feliz? Não, claro que não. Agora, imagine, se sua mente permitir, se fosse o governo que fizesse tudo isso contigo e com toda a população brasileira, de maneira que não você não tivesse defesa alguma. Para quem correria? Denunciaria tudo a polícia? Péssima escolha, amigo. Assim, você acabaria na prisão, se tivesse sorte, é claro.
Grandes mentes, brilhantes ideias, uma juventude maravilhosa, a liberdade, a força de uma população, a expressão e o pensamento foram sufocados, limitados ou mortos. Foram perdidos, jogados fora como quem amassa um papel e joga-o no lixo. Restaram-se para causar esse nó na minha garganta que não sai, não me abandona, para causar lágrimas de saudade, de sofrimento, de tristeza, de rancor, de mágoa. Muitos sentimentos ruins, mas como sentir algo bom e bonito num caso desses? Amigo, como uma boa sonhadora, eu sonho alto e, para desafiar o mundo, digo mais: tenho esperança. Ela é pouquinha e pequenina, mas cresce imperceptívelmente a cada dia que se passa. Quando me der por mim, ela será maior que eu mesma e, quando isso acontecer, estarei pronta para liderar esse exército de loucos que pensam como eu. Não estamos aqui para aceitar os fatos de cabeça baixa e sorrir como se tudo estivesse bem. Pense nisso.

Nota da autora: "Não sei se posto ou não, não sei se posto... Ah, vou postar. Hm, melhor não. Pronto, postei." Estava impossível de conviver com todas as palavras sufocadas dentro de mim. Guardo-as há muitos anos junto com a minha coleção de lágrimas que após choradas, seguem-se de um belo sorriso o qual tem como resultado a esperança. Desculpe se exagerei um pouquinho no final do texto. E decidi fazer uma terceira parte para esse texto.

terça-feira, 16 de março de 2010

It's gone...

My sun is disappeared. My life is cold. Come back or someday I will go away and disappear like my sun. I'm waiting now but I will feel tired. You still haven't returned my heart.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Duas pessoas. Um sentimento. Um final.



Achei que fosse para sempre. Achei que fosse inesquecível. Achei, achei sim.
Lembro-me de me encontrar dormindo em seus braços, tranquila. Lembro-me de ter te entregado a minha vida em suas mãos. O seu amor ao meu coração. O meu coração a sua vida.
E aconteceu. Vida, amor e coração sendo seu.
Achava que estava sonhando a todo momento de tão perfeito que era tudo aquilo que acontecia ao meu redor. Gostava. Amava. Estava apaixonada e não sabia quando isso foi acontecer, quando me dei conta já havia acontecido. Era tarde de mais. Tarde demais para voltar atrás. O bom era que não desejava voltar, mas continuar. Viver aquilo com maior intensidade possível.
Meu olhos se acostumaram com o que viam. Meu corpo se acostumou. Meu coração se acostumou com o que sentia. Muito. Estavam mau acostumados, eu sabia. E se o pior acontecesse? E se tudo acabasse? Bem, naquele momento não queria pensar em "se". Não queria pensar em meu futuro, apenas viver. Mergulhar nos momentos de cabeça e alma.
Aconteceu. Vivi. E morreu. Não eu, mas o sentimento.
Lembro-me das noites em meu quarto em que não dormir por pensar tanto no amor. Noites perdidas. Não me arrependo. Não dormir e começava o dia cansada, porém feliz.
Sorrisos era o que não faltava. Eu os distribuia até mesmo nos momentos errados.
Era felicidade. Estava conhecendo o lado bom do amor. As pétalas daquela bela rosa eram suaves e intensas. Quando se chega até elas, dificil sair sem cair por meio de seus espinhos e ferir-se aos poucos ou rapidamente.
Ele veio até a mim. Conversamos. Chorei de pena. Inevitável não ajudar.
Estendi minha mão. Mais uma vez. Ofereci o que podia oferecer. Abri os meus braços e o acolhi. Ele aceitou minha ajuda, meu abraço, minha companhia, como sempre. Aceitou feliz.
Eu tinha planos para o próximo ano. Planos a dois. Eu tinha sim. Pena que todos desmoronaram junto com minha esperança que se ia aos poucos, me deixava aos poucos.
Minha pérola caiu ao chão. Não a derrubei. Nem você, mas ela caiu.
Meu cristal rachou-se aos poucos. No começo era uma pequena rachadura, depois cresceu e cresceu mais. Aonde eu estava? Eu ainda existia? Não. Estava despedaçada.
As noites que eu virava pensando no nosso amor mudaram e passaram a ser noites sem cor. Sem amor.
Lágrimas. Muitas.
"Eu errei? Ele errou? Não. O que então? O que aconteceu então?", me perguntava.
Sem respostas. Apenas uma pessoa poderia me mostrar a resolução dessas perguntas, mas infelizmente ela não estava junto a mim. Estava longe. Um oceano distante. Um oceano nos separando.
Pensei tanto. Determinei algo a mim: não o abondonaria, afinal nem tinha notícias dele. Esperaria. Um dia ele ainda aparecerá e irá vir até mim. Me contar.
Esperei sim. Fui paciente. Mas nada aconteceu. Apenas perdas. Perdas de oportunidades, apenas. Mesmo assim, não me arrependia até notar.
Ele não voltaria.
Me derramei em lágrimas. Fui idiota. Tão idiota. Por que perdi meu tempo esperando se no fundo sabia que não voltaria nunca? Havia apenas uma resposta. Amor. Idiotice de amor.
Respirei. "Como iria sobreviver à essa? Tenho que dar meu jeito. Talvez eu consiga, tenho de ter auto-confiança."
Ainda ando. Respiro.  Não morri de amor. Não morri. Ainda vivo. Ainda me cicatrizo e colo minhas partes que haviam desmoronado. Vivo assim. Tento sorrir novamente. E consigo.
Tento não pensar no que passei, mas é inevitável. Lembro de nossas promessas. Lembro dos sonhos que eu tive ao seu lado. Entristeço em saber que nunca ouvi a voz do meu amado. Me animo em saber que em um dia, por acaso nos encontremos futuramente.
Pessoas vão. Vão para longe. Se afastam. Darei tempo ao tempo.
Não quero apagar as lembranças. Não quero esquecer naquele período mais feliz de minha vida.
Acho que me sinto bem agora. Sei que não fiz nada de errado. Nada. Tenho minha consciência limpa e sigo meu caminho.
As pessoas têm livre-arbítrio. Elas se vão. E eu deixo-as partir, sofro mas não impeço.
Ninguém irá tirá-las de meu coração.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Lixo vivo


Eu ouvi ela perguntar a mim:
- Laryssa, onde estão suas pastas? Traga-as aqui para que possamos esvaziá-las.
Engoli um seco. E dei graças a Deus por ela não poder ver minha expressão.
- Tudo bem, vou buscá-las.
Ok, para início de conversa, não estava tudo bem. Minha cabeça girava. Eu precisa pensar em algo e bem rápido. Ela não poderia ver minhas pastas, de forma alguma. Lá estavam uma parte de minha vida que ninguém conhece. Era algo pessoal.
Eu guardava meus textos, minhas poesias, minhas histórias, minhas fantasias. Guardava palavras. Muitas palavras e não só minha, mas de outras pessoas também.
Para falar a verdade, eu não ligava para minhas palavras e meus textos. O que me importava era o que eu havia escrito de coração, para alguém muito importante que hoje se  tornou apenas uma forte lembrança, nada mais. E eu não tinha muitas lembranças concretas, apenas aquelas. Eram as únicas.
Ninguém poderia vê-las.
Decidi tomar uma atitude drástica. Foi a única que pensei no momento. Agi.
Um minuto depois me vi tirando todos os papeis que estavam entre os plásticos, meio escondidos até. Segurei-os entre minhas mãos e amacei. Todos.
Parecia estar amaçando uma parte de minha vida.
Aquelas palavras eram doces, relembravam momentos felizes que vivi. Eu estava jogando-os fora, por simples medo.
Eu os amacei. Devagar. Depois corri até a varanda, avistei a lixeira e com delicadeza, joguei minha querida bola de papel dentro.
O meu plano era que ela ficasse lá por um tempo, depois eu a pegaria de volta. Com direito a remexer o lixo e tudo.
Fiz isso.
No outro dia, levantei e fui direto procurar por minha bola de papel.
Ela não estava mais na lixeira.
Parei por um momento. Eu me sentia péssima. Muito péssima.
A lembrança concreta da melhor parte de minha vida havia ido embora. As palavras que nunca foram vistas ou lidas por alguém a não ser eu mesma. Palavras humildes, carinhosas. Palavras de amor. Pura paixão. Palavras que expressavam minha felicidade, que naquela época era denominada de Felipe.
Eu a perdi. Mas ainda as tenho em meu coração. Elas estarão seguras aqui. Estarão guardadas. Eternamente.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Uma menina, uma criança.






Havia uma menina de sorriso doce, esperta, observadora.
Seu cabelo era curto com leves cachos castanhos claro.
Ela iria viajar pela primeira vez sem os seus pais, mas estaria acompanhada por seus tios.
A casa era e desconhecida, o lugar não.
Ela conhecia todas as pessoas que estavam na casa, mas só de vista, nunca tinha passado um dia ao lado delas.
O primeiro dia foi fácil. A viagem era de carro, muito longa e logo depois de arrumar suas malas no canto do quartinho de seus tios ela se cansou, o sono chegou, seus olhos pesaram e assim, deitou na cama, pediu um beijo de boa noite aos seus tios e adormeceu como um bebê.
Quando acordou, foi logo a janela ver se o dia estava ensolarado e assim estava, como o esperado. Fazia um sol maravilhoso junto com o céu azul, sem nuvens. Depois, percebeu que estava sozinha no quarto e desceu as escadas correndo e encontrou todos a mesa de café-da-manhã, conversando sobre o tempo, por sinal.
Deu bom dia a todo e se sentou a mesa. Como sempre, bebeu Nescau com leite e comeu pão com queijo. Esse era o seu lanche predileto.
Andy, era sempre uma menina muito educada e as pessoas a elogiavam por isso.
Acabando seu café todos começaram a se arrumar. O dia estava apenas começando. Havia uma boa praia pela frente.
Depois de muitas ondas, mergulhos, cachotes, sorrisos, diversão, sol e protetor solar a fome para o almoço apareceu e eles voltaram para casa.
Andy queria ficar mais naquele belo mar. Ela não se cansava disso. Nem fome, nem sede ela tinha naquele momento mas acompanhou todos. Afinal, ela era só uma criança, não poderia ficar na praia sozinha, mesmo esse sendo o seu desejo. Querer não é porder. Mas tudo bem, lá se foi ela, despediu-se do mar com um último mergulho, lavou seus chinelos que estavam sujos de areia e foi embora. Por hoje, era só. Amanhã tinha mais. Agora era a hora do almoço. A comida estava boa. Era arroz, feijão, bife e batata frita (a comida que maioria das crianças gostam).
A tarde passou rápido. Se foi como um avião. Como o vento. Uma tarde normal e boa.
A noite caiu. O sol se foi. A lua apareceu no céu, iluminando-o com o seu fascinante brilho ao lado das estrelas. Já era tarde. Todos estavam com sono e cansados. Todos, menos ela, Andy, a única criança na casa.
 Eles se deitaram, prontos para dormir. Ainda estava elétrica, sem sono algum, mesmo assim ela se deitou, mas não dormiu, até que tentou, mas não conseguiu. Então o que restava a fazer era pensar. Não poderia se mexer muito, fazer movimentos bruscos, muito menos descer as escadas se não poderia acordar alguém, inclusive seus tios. Andy não gostava de acordar nenhuma pessoa se quer e se sentia muito mal quando isso acontecia, por isso evitava ao máximo, quanto podia.
Ela pensou. Pensou na parte do dia que havia ido embora, que havia passado, pensou no que faria no dia de amanhã, fez seus planos para o próximo dia, pensou nas pessoas que estavam na mesma casa que ela, pensou em seus pais e nisso,  percebeu que seu coração estava um pouco apertado.
O dia havia sido bom, o que era aquilo que a encomodava sem pudor?
Ah, é saudade. Faltava alguém para completar aquele dia bom, faltava alguém para torná-lo perfeito: seus pais. Ela sentia saudade de seus pais.
Começou a pensar do que eles poderiam estar fazendo agora. Pensou se eles também estavam sentindo falta dela e entre esses pensamentos, seus olhos encheram-se d'água. E logo ela tocou surpresa em uma lágrima que havia pairado por sua face.
Sorriu.
Naquele momento ela descobriu o que era saudade. Descobriu que realmente amava seus pais, que sentia falta deles e que eles eram sua necessidade; pessoas necessárias em sua vida, essenciais para que o ar que ela  respirava fosse saudável; agradável.
Ela mal podia esperar para abraçá-los, vê-los sorrir e dizer que os amava pela primeira vez em sua vida (ela nunca havia feito isso por sua tamanha timidez).
Ao término desse pensamento, lembrou que deveria dormir, mas para isso, precisava de sono e era o que não havia no momento.
Olhou para o relógio da parede. O ponteiro marcava meia-noite.
"Meia-noite", pensou ela. "Não gosto da meia-noite".
Da janela vinha um frio que produzia um leve tremor em seu corpo, um arrepio.
Decidiu não prestar a atenção daquilo. Virou-se para o outro lado.
O quarto estava escuro. Havia um sombra. Seus olhos estavam fixos na sombra, reparando se ela faria algum movimento, mas não. Sem movimentos. Decidiu não prestar atenção naquilo também. Deveria ser algo de sua imaginação, com certeza. Tentou dormir. Fechou os olhos com força.
Lembranças ruins começavam a vir. Histórias de terror. Imagens terríveis começaram a vir em sua mente. Lobisomens, bruxas, vampiros, fantasmas, Coroa-Canga (uma lenda do Maranhão), Ana Jansa etc. Mitos do folclore, contos populares. As imagens começaram a ficar mais fortes, mais reais. A menina abriu os olhos assustada. Queria se livrar de tudo aquilo. Mas não iria conseguir se continuasse com os olhos fechados pois sua mente continuaria repassando essas invenções sem parar.
Até que com os olhos abertos não adiantou muito, mas a sensação era um pouco melhor do que antes. Ela via que não estava sozinha.
Tentou dormir novamente. Mas não conseguiu pelo mesmo motivo anterior: histórias de terror.
Passaram-se alguns minutos. Andy se encontrava no auge da amendrotação.
Não havia ninguém acordado para dar-lhe a mão, ninguém para abraçá-la. Ela tentava se agarrar aos pensamentos bons, mas eles já estavam longe. Longe demais para que pudessem tê-los de volta. Agora era tarde.
Duas horas da manhã.
A menina decidiu acordar sua tia. Dava para ouvir o ronco alto dos dois.
Ela ficou pensando durantes alguns minutos sobre aquela decisão. "Faço ou não faço?", pensou a menina. "Vou fazer. Não consido dormir há horas. Minha tia talvez saberá como me confortar e me livrar dessas histórias que me atormentam para que eu pegue no sono."
Ela não gostava de ficar acordada sozinha, na madrugada. Era algo assustador, na sua opnião.
Mexeu-se aos poucos. Suas articulações estalavam de leve. Levantou-se, respirou fundo. Andou até a cama de sua tia. A observou por um minuto. Ela se encontrava em um sono profundo.
"Que pena, odeio fazer isso!", pensou a menina.
Ela quase desistiu de tomar essa ação, mas não. Mexeu seu dedo, e tocou no ombro de sua tia com delicadeza. Nada aconteceu. Ninguém se mexeu. Havia apenas o som de seu ronco.
Ela tentou novamente, só que agora com um pouco menos de delicadeza.
Sua tia se mexeu, mas não abriu os olhos, nem falou nada, apenas virou-se para o outro lado. Agora ela estava de frente para a menina. Por sua vez, Andy tentou novamente. Dessa vez deu certo. Sua tia bocejou, abriu os olhos, tremeu da cabeça aos pés deparou com Andy a sua frente. Andy tremeu junto. Ela havia se assustado com a reação de sua tia.
Antes de recuperar-se do susto, ouviu uma voz:
- Quer me matar de susto garota? O que você está me fazendo acordada essa hora? Vá dormir agora! -ela só não gritou porque o marido dela estava dormindo, mas se não fosse por causa disso eu estaria tonta agora pelo grito que ouviria.
- Hm... Eu, não... Eu não consigo dormir. -disse a menina. Sua voz tremia.
Ela era boa em olhar meigo e carente. Sua tia havia mudado de expressão na hora que ouviu essas palavras. Havia compaixão em seu ollhar e alguma lembrança distante. Ela sentou na cama e disse:
- Está tendo pesadelos, querida? -agora sua voz estava completamente mudada, estava em um tom mais calmo, mais doce.- Eu tinha tantos quando era pequena, na sua idade para ser mais exata. Tinha pesadelos e medo de escuro. -ela riu, como se dizer "medo de escuro" fosse algo engraçado. - Acredite, sei como é isso. Vem cá, quer que eu durma com você? Vou para sua cama, se quiser.
A menina sorriu pela primeira vez naquela madrugada. Estava surpresa pela ação da tia. Não esperava por isso. Alías, ela nem sabia o que esperava se a acordasse. Andy só queria confortar-se e dormir. Só.
Ela acentiu rapidamente com a cabeça. Segurou e beijou na mão da tia e disse:
- Obrigada.
A tia se deitou na cama da menina, junto a ela e deu um beijo em sua testa.
- Me acorde se não conseguir dormir. Boa noite. -falou tia de Andy.
Ok. Nem a mãe da menina era tão boa com ela assim, em relação a isso. Andy se sentiu bem com essa ação, se confortou e assim, a noite passou a ser agradável. Mas ela ainda desejava estar eu seu aconchegante quarto agora.
O que a deixava bem era saber que sua tia não iria embora.
O quarto não parecia estar escuro agora. O medo se foi, as histórias de terror também. E ela dormiu.

UMA DEFINIÇÃO NÃO ENCONTRADA
NO DICIONÁRIO
Não ir embora: ato de confiança e amor,
comumente decifrado pelas crianças.


Uma presença, uma pessoa é capaz de mudar tudo com simples atitudes.
Hoje essa menina não tem mais medo de histórias de terror, não tem mais medo de escuro. Foi difícil superar o medo, mas ela sempre foi muito forte e conseguiu. Andy era capaz, só não sabia disso ainda.
O medo nunca vence. Não deixe que ele vença, assim como Andy. E se não conseguir sozinho, acredite, sempre haverá alguém ao seu lado pronto para te ajudar apenas enxergue essa pessoa. Não precisa ser
 necessariamente orgulhoso a todo momento.
Mas acredite em você mesmo. Sempre.