Corpos suados
Corações amedrontados
Para onde iremos?
Para onde estão nos levando?
Queremos voltar
Era o que todos falavam
Mesmo sem falarem a mesma língua
Mesmo sem dizerem uma só palavra
Era o que todos gritavam silenciosamente:
Queremos o nosso lar, queremos a nossa casa
Escuridão
Viam-se apenas os dentes
Silêncio e calor
Saudade e dor
Para onde estavam nos levando?
Retorne, retorne
Estou com medo
Retorne. Logo.
Mas nunca retornaram
Foi uma viagem
não só ao trabalho desumano
Mas à morte
Se pensas
que seremos aquilo
que queres que sejamos
Estais enganado, meu senhor
Resistiremos, meu caro
Pelo nosso país
Pela nossa cultura
Lutemos
[E lutam até hoje.]
Laryssa Guimarães
Um comentário:
Ontem, quando eu o li, era de madrugada e eu estava quase dormindo. Hoje acordei e abri com pressa o teu blog para ver se era mesmo verdade. Risos. Agora estou me diluindo a suspiros.
Tu escreveste esse poema com todo o suor do trabalho escravo escorrendo na tua testa, com as dores de não ter liberdade e com a promessa de jamais esquecer de onde vieram entalada na garganta, só pode. Ficou tão <3, awm Lary.
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