Há tanto que enxergo que nem sei como colocá-lo aqui entre o papel, entre as palavras. Há espaços no tanto vazios que só em descoberta para preencher. Há outros tão cheios que só em reconhecimento para escrevê-los. Há tanto em que eu enxergo. Os olhares de quem passa. O tom da voz. O pedido. Os sonhos vivos e aqueles adormecidos, até quando? Até quando deixar que o verdadeiro se vá pelo o que não deveria permanecer? Ou, ainda, o que não permanece. O desvalor. O desamor. Criam apenas vazios incompletos, vazios-nada que nada faz surgir, apenas repetir, repetir e repetir. Sem passos. Sem brilho ao olhar. Sem vontade ao coração. Sem verdade. Como dói. Como dói só esse pensamento de imaginar e ver dia a dia que acontece.
Eu realmente não sei escrever sobre essa dor que é não viver por causa do cômodo incompleto, sobre o vazio que fica entre uma palavra e outra. Não sei escrever sobre essa alegria que é viver, sobre cada letra que forma uma essência única em si mesma, como cada eu e nós. Mas sei o quanto é contente. E só de tentar, só de, agora sim, pensar sobre ela, já há contentamento. Já cresço. Só de imaginar já sinto (também cresço). E nada é de mais valor a ponto de deixar um momento desses para depois, não por ter o que fazer, mas por pouca coragem para fazê-lo. Um momento de escrita mas que não só ocorre com as palavras aqui, mas as de dentro, as que vivem em mim; e que se interioriza e se expressa seja aqui e seja onde eu estiver. Essa é a coragem. Essa, o acontecimento da vida em todos os dias.
À sinceridade de todos os dias, aos passos de todos os dias, ao interior de todos os dias. Simples. Verdadeiro. Vivo.
Be glad of life.
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