domingo, 26 de fevereiro de 2017

Es cre ver

Não é só desabafar. Sentir uma dor no peito e então, tá lá, um texto, as palavras. Não, não é... não é sentir-se resolvido apenas assim.  Escrever é... um tanto mais. Falar simplesmente o que sinto é pouco. Não é sobre mim. Não é sobre essa multidão de sentimentos que em mim existem, mas é sobre aquele sentimento que existe em muitos. Aquele sentimento que existe em toda essa multidão. E existe na vida. A palavra pura: vida. Ele faz com que ela se chame, seja como é. Encontrá-lo assim, numa face clara, me vem essa agitação de escrever. (Silenciosa, ainda.) Me encontrar (e encontrar os outros) nos outros. Encontrá-los em mim numa junção que quando percebida, sim, faz um enorme sentido. E assim sentir saltando de mim algo que já estava comigo, mesmo que eu não soubesse.  Mas aquele momento. Aquela pequena percepção. Aquele pequeno pequenino despertar descobriu a escrita lá. E ainda me comove num enorme sentido de viver. (Sempre com ela, as palavras. As verdadeiras. Sempre com ele, o escrever. O às vezes que se torna sempre: perceber o raro desapercebido (que comece mais pelo per), mas tão presente.)

Queria eu que todos fossem escritores. 

Nenhum comentário: