Assim, sua vida baseou-se em aspar. Ouvia uma opinião, achava boa e dizia que esta, agora, seria dela. E fazia dela sem nunca pensar profundamente sobre o que agora chamava de seu realmente queria dizer, o que ele era, o que ela estava se tornando ao não pensar, ao deixar de ser. Só repetia, repetia e repetia; até um dia em que encontrou alguém questionador. Ele, além de questioná-la, tentava fazer com que enxergasse o outro lado da moeda, os outros peixes que nadavam no mar tão coloridos, tão bonitos, mas que ela nem notava, se negava e renegava fazer tal absurdo. Não sabia mais pensar além do que aquilo que ouviu falar. Sentia-se ameaçada, agredida, violentada por ele ter tentado tirar as suas roupas, as aspas, e afastou-se.
Ao invés de aproveitar esse momento para parar e pensar em tudo que dizia, continuou vivendo da maneira que vivia, continuou sendo quem não era, continuou fazendo o que sabia fazer sem vergonha e com medo de mudar. Continuou a aspar.
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