Me encontrei só. E tão dolorida. Uma coisa estranha. Não estava doente. Mas era uma dor que parecia o início de uma. Mas ainda não era nada. E nesse estranhamento, nessa tristeza, ela me veio. Com um sorriso simples que eu nem acreditava. Nem prestava atenção no sorriso, ideia afastada de mim. Mas ela sim. E me veio assim. Delicada. E tão simples como é. Usando a voz de uma palavra terna e calma. Me disse algumas palavras que ressoaram tudo por dentro. Remexeram algo. Uma peça que faltava? Um pensamento que não vinha. Estava distante. E apareceu. Um pequeno clarão. E que retira todas as águas dos meus olhos. Pelo menos por enquanto. Por enquanto, parecem que não vão mais voltar. E com ela, me veio, me chamou, tão sincera. Tão antiga. Palavras tão antigas. De gente que eu não conheço. Que não me conhece. De gente que já se foi. Mas me atinge. Até agora. A palavra fica. E encontra outros. E melhor: traz mais vida.
Obrigada, minha linda, pequena, singela, pura,
Poesia.
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