Numa tarde em que organizava as bagunças da sua casa, descobriu um tesouro empoeirado e escondido, mas não esquecido. Desempoeirou-o e um belo sorriso nasceu em seu rosto enquanto seus olhos passavam pelos títulos daquelas fitas de vídeo. Seu coração transformou-se numa morada de passarinhos que, naquele instante, tinham acabado de serem soltos da gaiola. Imagine a alegria, os passos de dança que eles criaram assim que tiveram o vento, a liberdade como par.
Sem colocar nenhuma daquelas fitas no vídeo-cassete, ela conseguia lembrar de tudo que estava gravado ali como se realmente estivesse assistindo-as, pois também estavam gravadas nela. Sentou no sofá, colocou as fitas no vídeo e se preparou para a demora que seria para os passarinhos se aquietarem dentro de seu peito.
Sem colocar nenhuma daquelas fitas no vídeo-cassete, ela conseguia lembrar de tudo que estava gravado ali como se realmente estivesse assistindo-as, pois também estavam gravadas nela. Sentou no sofá, colocou as fitas no vídeo e se preparou para a demora que seria para os passarinhos se aquietarem dentro de seu peito.
Reviu a sua vida, reviveu-a naquelas cenas, naqueles momentos que estariam sempre com ela, no peito, na memória. No fim, chorou e percebeu que o choro era de felicidade - e saudade - por saber que passara por essa vida e tinha experimentado o gosto que este sentimento - tão bom - tem. Seu coração sorriu entre as lágrimas e ela sorriu também. Depois entristeceu um pouco por não ter acreditado em como conseguiu colocar tal lembrança no baú do esquecimento, mas a alegria chegou no seu ouvido e, num sussurro doce, disse:
- Ao menos, você se lembra agora.
E, assim, a tristeza não teve vez, não teve chão e foi-se embora pisar no coração de outro alguém.
- Ao menos, você se lembra agora.
E, assim, a tristeza não teve vez, não teve chão e foi-se embora pisar no coração de outro alguém.
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