Não poderia ser. Ou seria? Não, não. Já estou numa idade avançada, não posso confiar nos meus olhos. Mas parece real. Não pode ser. Apertei mais meus olhos e agucei meus ouvidos em vão. Ele estava tão distante. Num momento, pareceu perceber que eu o estava fitando e olhou para mim. Oh, céus. Não pode... Era ele. Era ela. Eram eles três. Escondi-me nas sombras, deixando-os ir.
Passei dias repensando sobre aquele momento que durou menos de dez minutos. Parecia ter sido mais de tanto sentimentos e pensamentos complexos que se passaram dentro de mim com tamanha rapidez.
O menino, num outro dia, quando me dei por mim, ele estava ao meu lado. Trouxe-o comigo sem que ninguém percebesse. Devolveria-o, mas só depois. Agora ele era meu. Precisava aproximar-me um pouco mais daquela criatura.
Quando o observei mais de perto e mais demoradamente, consegui estudar cada detalhe nele. Os seus olhos... Os seus lábios... Os seus cabelos loiros... A sua voz... Tudo me lembrava dela. Agarrei-me ao que senti naquele instante e deixei que todos os sentimentos tomassem conta de mim, até que tive que virar meu rosto para outro lado. Senti lágrimas pedindo para saltar dos meus olhos. Não. Não ali e com ele. Escondi-me mas, dessa vez, foi dentro das minhas próprias sombras. Queria tocá-lo, tenho certeza de que a sua pele também era igual a dela, macia.
Ouvi boatos de que aquele menino existia, porém recusei-me a acreditar, e, agora, ele estava alí, bem a minha frente. A destruição da minha vida existia em carne e osso e encarava-me com aqueles lindos olhos castanhos-claro tão parecidos com os de sua mãe.
2 comentários:
Tão lindo o teu canto e as tuas palavras!! Beijo :)
Que fofo *-* ja estou louca pra ler o resto
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