"Isso passa.
Passa quem?
Passa o quê?
Passa. Passa.
Passa, dizem os pontos inquestionáveis
(que não questionam.)
Passa.
Os instantes.
As nuvens.
O eu. - Será que ainda fico quando me for?
O ser nuvem instantânea (querer ser)
logo água-rio, num piscar, chuva
sem respeitar o ciclo:
passa
(sim) (não)
pa u s a
Eu vou crescer:
perdas
Vou passar:
perdas, perdas
Vai passar:
perdas, perdas, perdas
Passar, passar, passar.
O infinitivo não é à-toa,
e ainda gargalha de ti quando não o percebe
- por que se venda
quando deveria enxergar?
(Percebe-te?)
Todos também
sede passagem,
enquanto, sedentos de pressa,
passam.
São: aberturas dos próprios caminhos que não seguem.
São? Não.
Crescem
e perecem
- isso passa?
(Passam.)
Eu passo.
Vento-passarinho-pedra.
Passos.
Um comentário:
Que poesia! Esse jogo de palavras, lindo lindo! "Será que ainda fico quando me for?"
Eu sabia que você escrevia muito bem :) quando tiver mais um tempinho, lembrarei de passar por aqui. Boa semana, 'Andorinha'
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